"É tão difícil guardar um rio quando ele corre dentro de nós." (J.S.Braga)

segunda-feira, 6 de agosto de 2012

Contra a parede

Desde que comecei a desenhar, instintivamente, figuras com formas femininas e opulentas saltaram dos meus dedos para o papel, ou, pelo menos, foi a forma que fiquei mais à vontade para trabalhar, já que sou mulher e conheço o meu corpo e o meu mundo.



E, a cada novo desenho, tenho percebido a minha tendência em ser genérica quanto às formas. As curvas do corpo feminino são bem ressaltadas, porém não têm muitos detalhes, como um rosto bem definido ou até mesmo cabelos (reparei agora)!

O que tenho buscado mostrar no que fiz até agora, são as emoções, os sonhos, as angústias, os medos, os receios e os desejos que permeiam a mente das mulheres. Demonstrando a briga entre o corpo, a mente e o meio, tudo isso tendo como plano de fundo uma atmosfera geralmente caótica, mas de alguma maneira sedutora, que atiça, que é chamada e repelida com a mesma intensidade e ao mesmo tempo.

Neste último trabalho, o Contra a Parede, dei prosseguimento a esta linha que estou a desenvolver com temática feminina, onde, mais uma vez a libido é tratada de forma conflituosa e provocativa, onde não se pode fugir dela, mesmo que se sinta asco e repúdio pelo sentimento.


Contra a Parede

Usei papel canson, guache e, novamente, os dedos (os pincéis foram indispensáveis em alguns poucos detalhes), depois de seco apliquei um verniz spray pra fixar a tinta.

E é isso aí! Tem sido incrível descobrir como tudo funciona, as particularidades de cada material e a maneira de como eles interagem entre si.

O mundo começa agora!

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